Rio 2016: Cidade Maravilhosa e o maior evento esportivo do mundo
Os Jogos Olímpicos 2016, realizados no Rio de Janeiro, foram um marco histórico não apenas para o Brasil, mas para o mundo esportivo como um todo. A Cidade Maravilhosa se tornou a primeira da América do Sul a sediar o maior evento esportivo do planeta, e isso não foi por acaso.
Desde a escolha da cidade como sede, até o legado deixado após o evento, diversos fatores evidenciaram a capacidade do Rio de Janeiro de receber uma competição desse porte. Com a proximidade dos Jogos de Paris 2024, vamos revisitar alguns desses aspectos e entender como o legado de 2016 continua a influenciar o esporte e a infraestrutura na cidade.
Infraestrutura de ponta
A preparação do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016 envolveu um enorme esforço em termos de infraestrutura. Foram construídas e renovadas diversas instalações esportivas de nível mundial.
O Parque Olímpico da Barra, por exemplo, se tornou o coração dos Jogos, abrigando várias arenas modernas que sediaram competições de esportes como ginástica, natação e basquete. Além disso, a Vila dos Atletas foi considerada uma das melhores já construídas, oferecendo acomodações confortáveis e seguras para os 11.238 atletas de 207 países.
A modernização da infraestrutura de transporte também foi crucial. O desenvolvimento do BRT e a expansão do metrô facilitaram o deslocamento de moradores e turistas pela cidade. Segundo a Prefeitura do Rio, o BRT transportou 11,7 milhões de passageiros e aproximadamente 2,2 milhões de pessoas usaram os serviços especiais para atender quem ia para as instalações olímpicas.
O VLT, uma inovação no transporte público do Rio, ajudou a conectar pontos importantes do centro da cidade, levando 721.703 passageiros durante os Jogos. De acordo com os administradores do transporte, 3.306 viagens foram feitas entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. O tempo médio de percurso foi de 36 minutos.
O Metrô Rio registrou durante a Olimpíada seu recorde histórico de passageiros, ao levar 1,121 milhão de pessoas no dia 17 de agosto. Durante o período, o transporte levou 13,9 milhões de passageiros nas três linhas. A concessionária também ultrapassou um milhão de usuários nos dias 12 de agosto, 15 de agosto, 16 de agosto e 19 de agosto.
Já os trens da Supervia transportaram 10 milhões de passageiros. As estações que registraram a maior quantidade de passageiros foram a Central do Brasil (363.522 embarques), Olímpica de Engenho de Dentro (359.086 embarques) e Vila Militar (164.369).
Segurança e organização
Com um planejamento rigoroso e a colaboração entre as forças de segurança locais e internacionais, o resultado foi uma operação de segurança bem sucedida durante os Jogos Olímpicos.
A criação do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) foi um dos pontos altos dessa preparação. Esse centro monitorou em tempo real as atividades na cidade, garantindo uma resposta rápida e eficaz a qualquer incidente.
Além disso, a organização dos Jogos foi elogiada por sua eficiência. Voluntários de todo o mundo foram treinados para auxiliar na logística e na recepção dos visitantes, tornando a experiência dos espectadores mais agradável e segura.
Segundo o então ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a questão da segurança obteve mais de 90% de aprovação.
Por fim, a pontualidade das competições e a qualidade dos serviços oferecidos foram destaque, comprovando a capacidade do Rio de Janeiro de sediar eventos de grande porte.
Impacto econômico e social
Os Jogos Olímpicos de 2016 tiveram um impacto significativo na economia do Rio de Janeiro e do Brasil como um todo. A construção das instalações esportivas e a melhoria da infraestrutura geraram milhares de empregos e estimularam diversos setores da economia, como construção civil, turismo e serviços.
A Cidade Maravilhosa recebeu 1,17 milhão de turistas, sendo 410 mil deles estrangeiros, durante a Olimpíada, de acordo com o prefeito Eduardo Paes. A área de hotelaria, por exemplo, registrou ocupação de 94%, de acordo com o levantamento compilado pela Prefeitura do Rio.
O país que mais mandou turistas foi o Estados Unidos, seguido por Argentina e Alemanha. Entre os turistas brasileiros, 43% eram de São Paulo, seguidos pelos gaúchos e mineiros.
Além disso, o comércio aumentou em 70% na região da Zona Sul em comparação com o mês de agosto de anos anteriores. Na Barra da Tijuca, no Centro e na Zona Norte, as vendas aumentaram em 30%, com destaque para a região da Tijuca, cujo comércio aumentou em 45%. Em outros pontos da Zona Oeste, o aumento no comércio foi de 20%.
Vale lembrar também a revitalização da Zona Portuária, transformada em um polo de desenvolvimento econômico e cultural vibrante até hoje.
Sustentabilidade e Inovação
A sustentabilidade foi um dos pilares dos Jogos Olímpicos de 2016. Diversas iniciativas foram implementadas para minimizar o impacto ambiental do evento. A Arena do Futuro, por exemplo, foi projetada para ser desmontada e seus materiais reutilizados na construção de escolas públicas, um exemplo claro de inovação e sustentabilidade.
Em março de 2022, a desmontagem da Arena foi feita para ser transformada em quatro escolas, situadas nos bairros de Bangu, Campo Grande, Rio das Pedras e Santa Cruz, que beneficiaram aproximadamente 1.700 alunos.
Além disso, a Arena Carioca 3 deu lugar ao Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado, que recebe cerca de mil alunos matriculados do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental I e II, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. É a maior escola da rede municipal do Rio, com 18 mil metros quadrados.
Para mais, o Rio de Janeiro investiu em projetos de energia renovável e em programas de gestão de resíduos. Até o fim da cerimônia de encerramento dos Jogos, no dia 21 de agosto, a Comlurb removeu 2 mil toneladas de pico das principais instalações olímpicas da cidade e dos live sites do Boulevard Olímpico. A operação mobilizou 2.380 garis.
Somente no Parque Olímpico, por exemplo, foram removidas 500 toneladas de lixo, sendo 430 toneladas de lixo comum e 70 toneladas de lixo reciclável. O material reciclável foi entregue às cooperativas de catadores de Triagem, de Irajá e de Bangu.
A campanha “Rio 2016: Jogos Limpos” buscou conscientizar a população e os visitantes sobre a importância da preservação ambiental, promovendo a reciclagem e a redução do uso de materiais descartáveis.
Legado Olímpico
O legado deixado pelos Jogos Olímpicos de 2016 é visível em diversos aspectos da vida carioca. As instalações esportivas continuam a ser utilizadas para eventos de grande porte e para o desenvolvimento de novos talentos no esporte. O Parque Olímpico da Barra, por exemplo, se tornou um centro de treinamento e competição, beneficiando atletas de várias modalidades.
Além disso, a melhoria da infraestrutura de transporte e a revitalização de áreas urbanas continuam a beneficiar os moradores do Rio de Janeiro. O legado social, com projetos voltados para a inclusão e o desenvolvimento humano através do esporte, também é um aspecto importante que perdura.
Com os Jogos Paris 2024 se aproximando, é interessante observar como o legado de 2016 continua a influenciar e a inspirar outras cidades e países a apostar no esporte como um motor de desenvolvimento e transformação.
Aliás, falta bem pouco para mais uma edição dos Jogos Olímpicos! Que tal ficar por dentro de curiosidades e notícias sobre a competição? Então não deixe de acessar o blog e o Instagram do Visit Rio para você não perder as novidades que estão por vir!