A História da cerveja no Rio de Janeiro passa pela Rua da Carioca, e atravessa três séculos. Quando o Bar Luiz abriu as portas, em 1887, ainda com o nome de Zum Schlauch, os moradores dessa Cidade Deliciosa já começavam a desenvolver o hábito de beber cerveja, e havia alguns poucos bares especializados, muitos deles produzindo artesanalmente a sua própria bebida. Foi uma tradição trazida por imigrantes europeus ao longo do século 19, sobretudo alemães, austríacos, suíços e dinamarqueses, que faziam cerveja para consumo próprio, e com o tempo passaram a vender para as pessoas, e abrir pequenas fábricas, tanto na capital quanto na Região Serrana (a Boêmia, de Petrópolis, é de 1853).

Em 1888, foi fundada a Cerveja Brahma Villiger & Companhia, com a instalação da fábrica na Rua Marquês de Sapucaí (sim, a própria Passarela do Samba). O cervejeiro suíço Joseph Villiger logo começou a abastecer os bares da região com suas biritas, que logo conquistaram boa fama.

Assim nascia uma parceria que durou mais de 100 anos, entre o Bar Luiz e a cervejaria. O nome Zum Schlauch fazia referência ao sistema de serpentinas que resfriavam o chope, com gelo, algo então revolucionário por aqui – o que ajudou os cariocas a aderirem ao consumo da bebida. Acredita-se que foi o primeiro lugar a servir chope no Brasil dessa forma.

Infelizmente,  em 2022 o Bar Luiz fechou as portas. Mas, o empresário Antônio Rodrigues, da rede Belmonte, comprou a marca em um leilão, e promete reabrir o bar na mesma Rua da Carioca (não se sabe se no mesmo ponto). Agora, a via também pode ser chamada de Rua da Cerveja, através de projeto da prefeitura, afim de atrair movimento para a área através de vários incentivos para reformas dos imóveis e revitalização da área.

A partir de outubro do ano passado as fábricas começaram a se instalar ali, e já são três: a Vírus Bier, a Piedade Cervejaria e, finalmente, a Choperia Cotovelo, que chamou a atenção para o projeto, por ter entre os sócios o empreendedor etílico-gastronômico-cultural Raphael Vidal – que é o nome por trás de sucessos como a Casa Porto, o Bafo da Prainha, o Dois de Fevereiro, que renovaram o Largo da Prainha; e o Capiau Botequim, que trouxe nova vida ao Beco das Sardinhas. Inaugurada em junho, virou sucesso logo nos primeiros dias de funcionamento.

Assim, desde o século 19, a história da cerveja no Brasil passeia pela Rua da Carioca. A Rua da Cerveja carioca não poderia estar em lugar melhor. Só falta o Bar Luiz reabrir, e fazendo a sua própria cerveja – uma das condições para um bar obter os incentivos da prefeitura. Quem diria…

Essa é a nossa homenagem do Visit Rio / Cidade Deliciosa ao Dia da Cerveja de 2025, que acontece amanhã, dia 1º de agosto. Ein prosit!