O chef Sei Shiroma, da Ferro & Farinha, tem uma trajetória singular. E, ao mesmo tempo, plural. Singular por ser única, e plural pela sua formação complexa, cheia de referências. Nascido em Nova York, filho de um japonês com uma chinesa, ele cresceu no restaurante da família, chamado Suibi (nome de seu sushi bar, no Leblon), uma casa de sucesso em Manhattan.
Formado em publicidade, em 2011 resolveu vir morar no Brasil, com o propósito de visitar o país, e empreender.
Escolhi o Brasil porque era algo novo, como uma aventura – disse-me certa vez.
Apaixonado por pizzas, começou um negócio com investimento muito baixo, em 2013. Ele colocou um forno de pizza sobre uma estrutura de ferro (daí o nome da marca) que poderia ser acoplada a veículos, e assim passou a circular pela cidade, participando de feiras, e eventos gastronômicos.
O sucesso foi grande, e em 2014 ele abriu seu primeiro ponto fixo, no Catete, que logo caiu nas graças de um público antenado, que incluía chefs, jornalistas especializados, e amantes da gastronomia, de modo geral.
Eu me sinto muito grato pelo acolhimento, e pelo reconhecimento. Nossa meta, filosofia de trabalho, é poder fazer em escala um trabalho artesanal. Tenho várias referências culturais, e algo que eu venho debatendo internamente comigo mesmo é fazer uma expansão para fora do Brasil. Procuro ser fiel às minhas origens, e a pizza é uma forma original de expressar quem eu sou. Minha relação com o Brasil – minha filha é carioca – é uma das coisas que me estimulam. Outra, é a Itália, estou estudando a língua, e gosto muito de fazer viagens para lá – diz o chef.
Além de massa de fermentação natural, o que também chamava a atenção eram os ingredientes das pizzas, com combinações ousadas, jamais vistas por aqui, usando shoyu, kimchi, gengibre etc, explorando os ingredientes asiáticos que estão em seu DNA.
Não demorou muito para o local ficar pequeno, e assim começou sua expansão: hoje são cinco lojas: no Leblon, em Ipanema, na Barra e em Botafogo, além do Shopping Leblon, sendo a mais nova, inaugurada no ano passado, e a única que abre para almoço.
Cada bairro é um mundo diferente. Eu adapto os menus, a equipe, a música, vou fazendo ajustes. Sou observador. É como se cada Ferro & Farinha fossem irmãs do mesmo pai – comenta.
Daquele período inicial, em 2013, ainda há pizzas em cartaz, como a Adobo Verde, uma inusitada combinação de couve marinada no shoyu com gengibre, molho de tomate, grana padano, mel picante e alho confit; e a Picnic Apimentado, com ricota, fior di latte, grana padano, gorgonzola e mel picante.
Mas, também há sabores clássicos, como Marinara, Domenico (é a Margherita do chef, com molho de tomate, fior di latte, grana padano, basílico e azeite), e a Classic NY, com mozzarella, molho de tomate com pimenta calabresa, e orégano – que, como diz o menu, é a favorita do chef.
Isso tudo levou o chef também a chamar a atenção de algumas das principais premiações de gastronomia do mundo, dedicadas à pizza. Em abril, no 50 Top Pizza Latin America 2025, SDei ficou na quarta posição. O mais recente desses louros foi a The 2025 Best Pizza Awards, que aconteceu em Nova York, dia 1º de julho. Sei ficou na 87ª posição.
Se destacar nessas premiações, que são resultado de muitos jurados, colocando você lá no topo, é algo que me deixa muito lisonjeado – finaliza o chef.
Outro representante carioca nessa premiação foi Pedro Siqueira, que em breve vai abrir a sua Sisi Pizzaria, com unidades previstas em Botafogo (onde era o João Padeiro), Leblon (no local da Massa Trattoria) e na Barra.
Eu levei minha equipe, meu time de pizzaiolos – diz Siqueira.
Falando em The 2025 Best Pizza Awards, a Capricciosa do Jardim Botânico recebe amanhã, dia 12 de julho, às 19h, o brasileiro melhor posicionado nesse respeitado ranking: Matheus Ramos, da QT Pizza Bar, em São Paulo, que ficou em 46º lugar. Ele vai apresentar uma receita criada para o evento, e trazer a QT Pizza Mortadela, que leva fondue de grana padano D.O.P. 12 meses e emental, mortadela defumada e crocante de pistache.
























